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As prefeituras de quatro municípios maranhenses — Zé Doca, Maranhãozinho, Araguanã e Centro do Guilherme — têm dificultado as investigações da Polícia Federal (PF) sobre o uso de emendas parlamentares destinadas à saúde. Essas emendas, no valor de R$ 15 milhões, foram alocadas em 2020 pelo deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA).

De acordo com informações do portal UOU, as administrações municipais inicialmente se recusaram a fornecer à PF documentos referentes a licitações e contratos realizados com os recursos das emendas. Em Zé Doca, governada por Flávia Cunha (PL), sobrinha do deputado, a documentação só foi entregue após a presença física dos agentes federais na prefeitura. Nos outros três municípios, mesmo após a visita da PF, as prefeituras solicitaram mais tempo para fornecer as informações requisitadas.

A resistência das prefeituras atrasou a investigação que apura possíveis desvios de recursos e favorecimento de empresas ligadas ao parlamentar. O delegado responsável pelo inquérito, Alessandro Silveira Furtado, relatou o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em resposta, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a realização de perícias para verificar eventuais irregularidades. O STF deve decidir entre os dias 28 de fevereiro e 11 de março se aceita a denúncia da PGR, o que tornaria os envolvidos réus no processo.

Até o momento, as prefeituras envolvidas não responderam aos questionamentos da imprensa. A defesa de Josimar Maranhãozinho informou que o deputado não irá se manifestar sobre o caso.

Este episódio lança luz sobre a importância da transparência na gestão dos recursos públicos e reforça a necessidade de cooperação entre as esferas governamentais para garantir a correta aplicação das verbas destinadas à saúde, especialmente em tempos de crise sanitária.